Clique e acesse a edição digital

A origem do vínculo mãe-bebê

Tempo de Leitura: 5 minutos
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

A formação do vínculo não é automática e imediata, pelo contrário, é gradativa e, portanto, necessita de tempo, compreensão e amor para que possa existir e funcionar adequadamente. É, também, fundamental para que possa compensar os momentos de preocupações e reveses emocionais maternos e que todos nós estamos sujeitos no cotidiano.

O amor e a rejeição repercutem sobre a criança muito precocemente, mas para que possa dar significado a estes sentimentos é preciso maturidade neurofisiológica. Assim, até os três primeiros meses de vida intra-uterina, as mensagens enviadas pela mãe são, em grande parte, incompreendidas pelo embrião, muito embora possam causar-lhe desconforto se percebidas como desagradáveis.

À medida que vai evoluindo, o feto torna-se capaz de registrar e de dar significado às emoções e sentimentos maternos. É quando, então, começa a se formar sua personalidade, o que ocorre por volta do terceiro trimestre de gestação.
A ansiedade materna é, de certa maneira, até benéfica ao feto, pois perturbando a neutralidade do ambiente uterino, perturba-o também, conscientizando-o de que é um ser distinto, separado desse ambiente.

Para se livrar desse desconforto, ele começa a elaborar progressivamente técnicas de defesa como dar pontapés, mexer-se mais ativamente, e que funcionam, para a sensibilidade materna, como um envio de mensagem de que está sendo perturbado. Se houver sintonia materno-fetal, imediatamente a futura mamãe capta esta mensagem e começa a passar a mão delicadamente em seu ventre, o que é percebido e decodificado pelo feto como atitude de compreensão, carinho e proteção, portanto, como tranqüilizadora.

Com o decorrer do tempo, a experiência de desconforto transforma-se em emoção e tem início a formação de idéias sobre as intenções maternas em relação a si mesmo.

Desta maneira, se a mãe for amorosa e tiver uma relação afetiva rica com seu bebê, contribuirá para que nasça uma criança confiante e segura de si. Assim também, se mães deprimidas ou ambivalentes que, por uma razão qualquer, privam o feto de seu amor e apoio, certamente favorecerão o estado depressivo e a presença de neuroses na criança e que podem ser constatados após o nascimento, pois sua personalidade foi estruturada num clima de medo e angústia.

Mesmo a gestante que rejeita seu filho comunica-se com ele através do fornecimento do alimento. Mas, a qualidade desse vínculo é diferente da mãe que o deseja e esta é a grande diferença, pois não é apenas uma comunicação biológica.

Como o feto capta todas as emoções maternas, as que o fazem entrar em sofrimento como a ansiedade, temor e incertezas, provocam-lhe reações mais fortes e contínuas, enquanto que as de alegria e felicidade, por não alterarem o ambiente intra-uterino, permitem que seus movimentos permaneçam suaves e harmoniosos.

O feto sente o que a mãe sente, até como um atitude de solidariedade, porém, com intensidade diferente e sem a compreensão materna. As emoções negativas são percebidas como um ataque a si próprio.

É fundamental lembrar que as preocupações passageiras e simples do cotidiano não lhe oferecem risco algum, pois sequer podem levar o organismo materno à produção de hormônios. O que o afeta e prejudica sobremodo são as situações que induzem à produção intensa e contínua de hormônios, como a ansiedade materna, que pode, inclusive provocar o estresse da mãe.

Outras situações que também acarretam o sofrimento fetal são o consumo excessivo de álcool, tabaco e medicamentos pela gestante, bem como, o fato de comer demais ou se alimentar mal, pois traduzem uma grande e exacerbada ansiedade materna, além de que, também são altamente prejudiciais ao desenvolvimento físico e psíquico do feto.

Um fator importantíssimo a ser considerado é quando a mulher é completamente dependente do cigarro. Neste caso, se a supressão total deixa-a extremamente ansiosa, há de fazer muito mais mal à criança do que simplesmente diminuir consideravelmente o número de cigarros até atingir a média de um ou dois por dia, e nada mais além disto.

Se o feto participa de todas as emoções maternas, muitas gestantes inibem a sexualidade por sentirem-se constrangidas com esta participação, principalmente no momento do orgasmo e dos sons e ruídos emitidos pelo casal.

Apesar disso, convém esclarecer que a atividade sexual não traz qualquer malefício. Ao contrário: o orgasmo, especialmente na mulher, é altamente benéfico física e emocionalmente, e é através dele que o feto capta o bem-estar geral da mãe, a felicidade intensa e, principalmente a tranqüilidade após o orgasmo e não este propriamente.

Os acontecimentos graves e estressantes como perdas significativas ou situações que atingem a gestante diretamente, como brigas conjugais ou com pessoas mais próximas, são causas de grande sofrimento fetal e, muitas vezes, não há como evitá-los.

Para diminuir os efeitos nocivos ao feto, a futura mamãe deve aumentar os períodos de descanso, oferecer-lhe apoio afetivo e conversar com ele, esclarecendo-o dos acontecimentos.

Embora não haja compreensão das palavras, o feto capta o sentido do que lhe é dito e se tranqüiliza. Assim, o vínculo mãe-bebê não é quebrado.

O perigo maior persiste quando o feto percebe-se rejeitado pela mãe ou quando suas necessidades físicas ou psicológicas não são compreendidas e atendidas, pois ele necessita desta troca para sentir-se amado e desejado.

Concluindo, se o vínculo materno-fetal não foi consolidado durante o período gestacional, há de se tentar nas horas e dias que sucedem ao nascimento, que é o período ideal na vida extra-uterina e, se necessário, com a ajuda de um profissional capacitado.

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on linkedin
LinkedIn
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Cotidiano Feminino

Ela entrou em casa voando, como fazia quando estava mais apressada do que o habitual. Enquanto passava pela sala recolheu os brinquedos do filho, espalhados

Leia Mais »

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!