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Como posso ajudar meu filho a melhorar a imunidade Sono de qualidade e quantidade adequadas são fundamentais para garantir boa imunidade

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Nos últimos anos, as descobertas científicas têm mostrado que existe uma interação importante entre o sono e o nosso sistema imune. Durante o sono profundo ocorre o pico de produção do hormônio de crescimento (GH), níveis elevados de prolactina e a baixa de cortisol, o que cria um ambiente ideal para a cascata de desenvolvimento de imunidade.

No nosso dia a dia, podemos perceber essa associação sono-imunidade quando nossos filhos estão gripados, por exemplo. O corpo de quem está gripado necessita do “exército da imunidade” funcionando mais ativamente do que se estivesse sadio, pois há um intruso – vírus ou bactéria – para ser eliminado. Para conseguir potencializar a imunidade, a criança doente pode querer tirar cochilos de dia mais frequentes e longos do que o seu habitual. Assim, se temos um agente agressor no organismo, o nosso sistema imune deve agir para combatê-lo e, no sono, encontra o ambiente propício para atuar.

Na adolescência, a privação de sono por noites de estudos pré prova ou baladas podem levar a queda da função imune do corpo com manifestações de infecções recorrentes de garganta, gripes frequentes, por falta da ação imunológica do sono profundo em quantidade adequada.

Há ainda uma relação importante entre vacinação e sono, sabiam? Quando vacinamos nossos filhos, uma preocupação que surge é a de garantir que eles possam desenvolver a melhor resposta imunológica possível, não é mesmo? Então o que os pais podem fazer nesse sentido?

A literatura científica tem demonstrado que a privação de sono nos dias que antecedem a vacinação resulta em redução da produção de anticorpos (resposta imune humoral). Um estudo recente mostrou que dormir bem nas 2 noites que antecederam a imunização contra a gripe foi associado à uma resposta imune mais eficiente avaliada 1 e 4 meses após a vacinação (Prather AA, Pressman SD, Miller GE, Cohen S. Temporal links between self-reported sleep and antibody responses to the Influenza vaccine. Int J Behav Med. 2020). Outro estudo envolvendo adultos com e sem insônia observou que os insones desenvolveram significativamente menos anticorpos contra influenza 4 semanas após a vacinação, evidenciando o impacto da privação crônica de sono no desenvolvimento da imunidade (Taylor DJ, Kelly K, Kohut ML, Song KS. Is insomnia a risk factor for decreased Influenza vaccine response? Behav Sleep Med. 2017;15(4):270-87).

Por outro lado, manter a qualidade de sono nas noites subsequentes à vacinação, para permitir que o organismo consiga produzir os anticorpos de forma satisfatória, também é fundamental. Um estudo apontou que indivíduos que recebiam a vacina contra a Hepatite A e não dormiam na noite após a vacinação, apresentavam quase metade dos anticorpos quando comparados com aqueles que dormiam bem. É importante ressaltar que esses efeitos ainda estavam presentes após o acompanhamento de 1 ano, indicando que o sono aumenta a formação inicial de uma resposta imune adaptativa e também a suporta a longo prazo. (Lange T, Perras B, Fehm HL, Born J. Sleep enhances the human antibody response to hepatitis A vaccination. Psychosom Med. 2003;65(5):831-5).

Como conclusão, dormir bem – em quantidade, qualidade e ritmo – são fatores fundamentais para o bom desenvolvimento da imunidade. Não adianta somente comer alimentos saudáveis para o sistema imunológico ser eficaz. Precisamos ter um ambiente favorável para ele atuar, como o sono. Então, não aconselho vacinar seu filho após uma noite na qual ele acordou várias vezes pelo barulho do vizinho, por exemplo. Assim como não aconselho vacinar antes de um casamento na família que certamente invadirá a madrugada… Pense nos dois dias anteriores e nos dois dias posteriores à data de vacinação. Pense em priorizar sono com qualidade e quantidade adequadas no dia a dia (Tabela 1) assim como se preocupa com alimentação sem gorduras saturadas e açúcar. O sistema imunológico do seu filho agradece!

Quantidade ideal de sono de acordo com a fase da vida (horas/24h)

Recém-nascidos

De 0-3 meses: 14-17 horas

De 4-11 meses: 12-15 horas

Crianças

Entre o 1o e o 2o ano de vida: 11-14 horas

Pré-escolares (3-5 anos): 10-13 horas

Escolares (6-13 anos): 9-11 horas

Adolescentes

14-17 anos: 8-10 horas

Adultos

18-64 anos: 7-9 horas

> 65 anos: 7-8 horas

Fonte: National Sleep Foundation


Dra. Sandra Doria Xavier
Otorrinolaringologista com Especialização em Medicina do Sono.
Pós Doutoranda pela UNIFESP. Professora e pesquisadora no Instituto do Sono SP
CRM-SP 101.577

@drasandradoriasono
ssandoria@yahoo.com.br
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