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Depressão na gravidez

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Tenho acompanhado muitas grávidas que vivem momentos em que deveriam se sentir felizes com a gestação, porém, sem motivos aparentes, experimentam um sentimento constante de tristeza, semelhante a uma nuvenzinha cinza que as acompanha aonde quer que vão. Nesses casos, observo quase sempre a culpa rondar essas mulheres, que se cobram estar bem e viver esses momentos com alegria.

Eis as perguntas que são sempre feitas: Por que estão assim? Há motivos para isso?

A tristeza que persiste por mais de duas semanas e interfere no dia a dia da pessoa, impedindo-a de fazer o que fazia anteriormente, deixa de ser tristeza e muda de nome, passando a ser chamada de DEPRESSÃO.

Viver a depressão, tanto para o paciente como para quem convive com ele, não é simples. Na nossa sociedade, as pessoas entendem a depressão como sinal de fraqueza e ainda há muito preconceito. Até que se confirme o diagnóstico, as pessoas sempre têm explicações sobre o que está acontecendo com quem está deprimido. São comuns comentários de que se trata de algo passageiro ou sem importância, que nos mostra como é difícil lidar.

A tristeza faz parte da vida e precisa ser integrada a ela. Já a depressão é uma doença e, portanto, deve ser tratada, e vale ressaltar que nem toda a depressão possui a tristeza como sintoma.

Sintomas como humor deprimido a maior parte do tempo e ou falta de interesse e prazer nas coisas, além de outros sintomas como falta de energia; dificuldade de concentração; alterações do sono e do apetite (para menos ou para mais); sentimento de culpa; pensamentos de morte (ideias, planejamento ou tentativas de suicídio); negatividade, podem ser alguns dos sintomas que preenchem critérios para o diagnóstico de depressão, segundo DSM-5 (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – APA)

Consultar um especialista quando a depressão persistir é importante para a saúde da gestante e também para o bebê que está a caminho. Ele necessitará de uma mãe tranquila, estável e segura para prestar-lhe os devidos cuidados quando nascer. Importante deixar claro que a depressão é uma doença que atinge o indivíduo com um todo, pois há um cérebro e um organismo que adoece e com isso a pessoa pode perder a capacidade de controlar o seu pensamento, seus sentimentos e as suas ações, além de perder muitas oportunidades na vida. Com a depressão, a gestante, pode ter também algumas complicações físicas (no feto também), assim como dificuldades no relacionamento e cuidado com o bebê após seu nascimento, caso não realize o tratamento.

O uso de medicamentos na gravidez muitas vezes se faz necessário, porém devem ser realizados por um médico psiquiatra, que é o profissional mais capacitado para isso. Muitos medicamentos são seguros e podem ser usados com total tranquilidade da gestação, entretanto é fundamental que o diagnóstico seja preciso. A psicoterapia pode ser uma possibilidade de tratamento para a melhora dos sintomas e também uma oportunidade de a gestante entrar em contato com aspectos psicológicos e os gatilhos que talvez estejam contribuindo para o quadro.

Manter rotina com hábitos saudáveis, boa qualidade de sono (ciclo sono- vigília), são fatores que contribuem para a melhora, assim como a ausência deles podem piorar o quadro e funcionar como gatilhos para a síndrome depressiva.

A gravidez, assim como o nascimento de um bebê, deve ser um momento especial para as pessoas. Sentimentos contraditórios surgem com frequência, o mesmo ocorrendo com oscilações de humor. O momento deve ser de alegria, mas se não for, é fundamental saber que há motivos e saída para isso.

Cynthia Boscovich
Psicóloga clínica e perinatal. Psicóloga do sono e especialista em transtornos de humor. Colaboradora do GRUDA (Programa de Transtornos afetivos do IPQ/ HC/ FMUSP).
Email: cyboscovich@gmail.com
Tel. 11 99687-9087

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