Além disso, pode ser feito sem a colocação de espéculo, ‘bico de pato’, e isso permite a realização do exame em mulheres virgens. “Com a introdução do histeroscópio, que varia de 1,2 a 4 milímetros de diâmetro, é possível a visualização direta do interior desses órgãos”, acrescenta o especialista. Por isso, o exame é fundamental quando o assunto é infertilidade, sangramento uterino anormal, pólipo endometrial, miomas uterinos e câncer de endométrio, doenças que acometem muitas mulheres.
Outra novidade é que a histeroscopia ambulatorial pode ser uma opção à laqueadura, pois possibilita a esterilização definitiva. Os dispositivos são colocados dentro das tubas uterinas obstruindo-as de forma definitiva. “Como esse procedimento é feito via vaginal, não exige internação, anestesia ou cortes, como ocorre com a laqueadura convencional”, diz o médico.
Como o exame é realizado
Para realizar o procedimento, a paciente deve estar em posição ginecológica e não pode estar menstruada, pois o sangramento atrapalha a visibilidade. Também não pode ser realizado por mulheres grávidas ou com infecções genitais. Segundo Ueno, o exame costuma ser feito em mulheres que já passaram da menopausa, afinal a presença de pólipos é muito comum nessa faixa etária.
O histeroscópio é introduzido pela vagina, que chega por meio do canal do colo uterino até a cavidade endometrial, levando luz ao seu interior e soro fisiológico para distendê-la. “Com uma câmera acoplada, que leva imagens até um monitor de TV, o próprio paciente pode acompanhar o exame em tempo real”, comenta o médico. Ao término do procedimento, a paciente pode retornar às suas atividades cotidianas, desde que siga as orientações médicas.
Vale destacar que a histeroscopia diagnóstica é rápida e pode ser feita sem anestesia. Em casos em que há pequenos pólipos, a retirada da lesão pode ser feita no mesmo ato, sem internação. As pacientes costumam queixar-se apenas de uma ligeira cólica durante o exame, sendo que a intensidade varia de mulher para mulher. E Ueno informa que todos os exames são fotografados ou gravados.
Em que momento deve ser feito
O médico ginecologista deve solicitar este exame quando há suspeita de doenças dentro do útero. A histeroscopia pode ser realizada com dois objetivos: completar a investigação de um problema, como um sangramento anormal; ou para a retirada, por exemplo, de um mioma que está atrapalhando a fertilidade ou provocando hemorragia.
A histeroscopia consegue mostrar pólipos e miomas da camada interna do útero, além de malformações uterinas que podem provocar abortos e até esterilidade. “Em alguns casos, até o câncer de endométrio pode ser diagnosticado por meio deste exame, seguido, por biópsia”, diz o especialista.
O procedimento possibilita ainda a retirada de DIUs (dispositivos intrauterinos) que não conta mais com fio visível e auxilia no diagnóstico e acompanhamento de lesões do colo uterino causadas pelo HPV (Papiloma Vírus Humano). Também é indicado para investigar e tratar casos de infertilidade, abortamentos de repetição e aderências.
Fonte- Ginecologista Joji Ueno (CRM-48.486), doutor em medicina pela Faculdade Medicina da USP e responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor na Clínica Gera
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