A freqüência de hipotireoidismo na gestação varia de 0,3 a 25%, podendo trazer diversas complicações para mãe e para o feto. Ente elas podemos observar: Hipertensão gestacional, placenta prévia, anemia, hemorragia pós parto, prematuridade, baixo peso ao nascimento, sofrimento fetal, entre outros.
“Até mesmo o desenvolvimento intelectual cognitivo pode estar alterado em filhos de mãe com hipotireoidismo. Estudos relatam que filhos de mães hipotireoidianas não tratadas durante a gravidez podem apresentar deficiências no desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC). Até 20% das crianças filhos de mãe com hipotireoidismo descompensado durante a gestação podem apresentar redução do nível de QI para abaixo do QI 85”, afirma Carolina Mantelli Borges, Médica Pós- Graduada em Endocrinologia e Metabologia da Clinica de Especialidades Integrada.
Então, fica claro a necessidade do rastreamento rotineiro das gestantes, ainda no primeiro trimestre, devendo ser instituído o tratamento com reposição hormonal naquelas com qualquer grau de disfunção tireoideana, acompanhando com dosagens de T4 livre e TSH de 6 em 6 semanas para ajuste preciso da reposição. Até mesmo aquelas com hipotireoidismo subclínico devem ser tratadas durante a gestação. Nas pacientes com hipotireoidismo prévio à gravidez a dose de L-tiroxina usualmente usada antes da gravidez, na maioria das vezes, precisa ser aumentada em 25 a 50% durante toda a gestação. Com esses cuidados tomados a gestação toma o curso normal fisiológico, com segurança tanto para o feto quanto para a mãe.
É aconselhável que mulheres que possuem hipotireoidismo estabilizem a doença antes da gestação para a prevenção de maiores complicações. Devido a isto, tornam-se importante realçar o diagnóstico e o tratamento de gestantes hipotireoidianas, eliminando, desta forma, os riscos de prováveis complicações tanto para a gestante quando para o feto.
Fonte- Carolina Mantelli Borges, Médica Pós- Graduada em Endocrinologia e Metabologia da Clinica de Especialidades Integrada.