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O sistema vestibular e seu papel no desenvolvimento infantil: como a terapia ocupacional pode ajudar?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Cheerful little girl enjoying view from aircraft window and smiling while sitting next to dad in passenger chair

O desenvolvimento infantil é um processo complexo, no qual envolve a junção de cada área: habilidades cognitivas, motoras, sociais, emocionais e também sensoriais.

Entre os muitos sistemas sensoriais que contribuem para um desenvolvimento efetivo, está o sistema vestibular, apesar de ser um dos grandes protagonistas, é pouco conhecido pela população e principalmente pelos pais.

O sistema vestibular está localizado no que chamamos de ouvido interno, ali encontramos três estruturas: sáculo, utrículo e os canais semicirculares, essas estruturas estão cheias de líquidos que se movimentam em resposta a mudança de posição da nossa cabeça e corpo, força gravitacional e mudança de direção.

Um exemplo clássico é quando estamos no avião e conseguimos sentir que decolou, também se está voando para frente ou fez um leve desvio, neste cenário nosso corpo está parado, mas nosso sistema vestibular segue em funcionamento, enviado as informações de mudança de posição ou velocidade, para diferentes áreas do cérebro.

O sistema vestibular é responsável por funções essenciais como o equilíbrio, a orientação espacial, garante que os movimentos dos olhos sejam coordenados com a cabeça, informa ao corpo se estamos de pé, deitados, girando ou nos movimentando, também é base para um bom planejamento motor, coordenação bilateral, portanto o sistema vestibular tem grande influência na coordenação dos movimentos em geral e no controle postural.

Esse sistema é um dos primeiros a se desenvolver ainda na vida intrauterina e continua amadurecendo nos primeiros anos de vida, sendo fundamental para que a criança aprenda a rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, pular, copiar algo do quadro, para conseguir acompanhar visualmente uma bola num jogo de futebol, realizar uma leitura, e muito mais.

Quando há uma disfunção no processamento vestibular, a criança pode apresentar sinais como:

  • Busca excessiva por movimentos, se colocando em risco, não apresentando noção de perigo.
  • Também podemos observar crianças que apresentam o comportamento inverso, como: medo de movimentar-se, no parquinho não vão em balanços, escorregadores ou gira gira.
  • Podem apresentar medo excessivo de altura.
  • Desde bebês, não gostam de brincadeiras de aviãozinho, serem jogadas para cima, ou de brinquedos que envolvem movimentos como bicicleta.
  • Dificuldade para manter o equilíbrio;
  • A criança é descoordenada, esbarra com frequência em objetos ou pessoas.
  • Dificuldade em perceber se a direção do movimento mudou.
  • Atraso nos marcos motores (engatinhar, andar, correr);
  • Enjoo fácil com movimento (viagens de carro, brinquedos de parque);

Existe tratamento? A terapia pode ajudar?

A Terapia Ocupacional é uma grande aliada no tratamento das alterações de processamento sensorial. A TO é uma profissão da área da saúde que atua no desenvolvimento e na promoção da autonomia e independência do indivíduo em suas atividades cotidianas.

No caso das crianças, o terapeuta ocupacional trabalha de forma lúdica afim de que o paciente adquira ou aprimore habilidades que estão impactando o desempenho ocupacional.

Quando se trata do sistema vestibular, o TO com formação em integração sensorial de Ayres, atua em um espaço terapêutico, com recursos desenvolvidos para realizar a terapia, estimulando e tratando as alterações do sistema vestibular de forma humanizada, controlada e segura, promovendo respostas adaptativas que ajudam a criança.

Essas atividades não são aleatórias. Elas são planejadas de acordo com uma avaliação minuciosa considerando suas necessidades e potencialidades. O objetivo é proporcionar experiências sensoriais significativas que promovam mudanças positivas no comportamento e no desempenho ocupacional.

O sistema vestibular é uma base sensorial fundamental para o desenvolvimento global da criança. Quando bem estimulado, contribui para uma infância mais segura, ativa e saudável. E quando há dificuldades, o Terapia Ocupacional é o profissional que irá auxiliar a superar barreiras e facilitar para que a criança alcance todo o seu potencial.


Dra. Amanda Silverio Parro
Terapeuta Ocupacional, formada pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduanda em desenvolvimento Infantil e Intervenção precoce: modelo centrado na família.
Atua com abordagem de Integração Sensorial de Ayres ®, contribuindo para que crianças e adolescentes desempenhem suas ocupações, com autonomia e independência.
@to.neuropediatria
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