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Pais modernos se recusam a ajudar as mães nos cuidados com as crianças, saiba o porquê

Tempo de Leitura: 9 minutos
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Mother helping and supporting her daughter with homeschool while staying at home. New normal lifestyle concept.

O instinto de mãe (e talvez um pouco de insegurança) quando o bebê nasce faz com que a mulher assuma praticamente todos os cuidados e obrigações da vida da criança, excluindo quase que completamente o pai desta tarefa.

Mas, de uns tempos para cá, com todas as obrigações, tarefas e cobranças que a mãe moderna assumiu, o papel do pai tem deixado de ser coadjuvante.

Atualmente (graças a Deus), a participação dos pais é crescente, desde preocupações do dia a dia aos cuidados com a gestação, favorecendo com isso uma gestação saudável em todas as suas fases.

Dessa maneira, a mulher se sente fisicamente e emocionalmente amparada e acolhida, reduzindo a possibilidade de depressão materna no pós-parto.

Se antes os pais eram cobrados para “ajudarem” as mães, como se o papel de cuidar da criança fosse somente da mulher, hoje os pais passaram a assumir uma postura de que cuidar do filho é assumir em conjunto com a mãe toda a responsabilidade de cuidar dos filhotes.

A verdade é essa. Eles estão muito mais presentes e envolvidos do que nunca, assumindo de vez a paternidade e não dando a impressão de que estão ajudando as mães. Ainda bem!

Entendeu o título do artigo agora? 

Ainda não é um consenso, muitas mães ainda reclamam dos pais de seus filhos, mas vemos cada dia mais pais ajudando as mães nas tarefas diárias da criança e da casa e ainda contribuindo para um ambiente calmo, receptivo e amoroso, que ofereça apoio e segurança para criar filhos mais seguros e confiantes.

A maioria das mulheres entra para a maternidade acreditando que pode fazer tudo, mas as coisas nem sempre acontecem da maneira que esperam, e aí está um grande perigo, como o desenvolvimento de uma depressão. Por isso o papel do pai é tão importante nessa nova realidade do casal ou dos pais desse bebê (para os que não são casais). Não importa se há casamento ou não, agora os dois são pais, dividem responsabilidades por essa nova vida e querem a felicidade dessa criança.

Compartilhar responsabilidades faz com que nem a mãe nem o pai sintam-se sobrecarregados e, dessa forma, apresentam maior disposição e disponibilidade emocional para cuidar do bebê.

Claro que tem coisas que só uma mãe pode fazer, como gerar a criança, dar à luz, dar de mamar no peito, mas tem muitas outras coisas que podem ser compartilhadas pelos dois.

Pensando assim, o pai pode e deve auxiliar diretamente nos cuidados básicos com o recém-nascido, como trocar fraldas, alimentar, dar banho, levar para passear, participar das consultas.

Além do contato com o bebê, o homem pode ajudar na transmissão de afeto e segurança à esposa, contribuindo para que ela se sinta mais preparada e segura para acolher sua criança.

Mas tudo isso é muito particular, depende das necessidades e desejos de cada família…

Uma das coisas que impede que o pai esteja mais presente nos primeiros dias das crianças é o tempo de Licença Paternidade aqui no Brasil.

Nos termos do art. 7º, inciso XIX da CF/88 c/c art. 10, § 1º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Brasileira/88, o prazo de licença paternidade é de cinco dias, podendo ser estendida por mais 15 dias caso o pai trabalhe em uma empresa participante do Programa Empresa Cidadã, ou seja, servidor público federal.

Curiosidade

Você sabia que o Brasil é um dos países que dispõe de menos dias para os pais ficarem em casa com seus bebês? Claro que existem países que nem existe a lei que favoreça os pais, o que acaba sendo bem pior, como Grécia, República Tcheca, Ucrânia, Cuba e Equador, ou que até oferecem licenças mais longas, mas não remuneradas integralmente. Na Coreia do Sul, o pai pode ficar até 52,6 semanas afastado e no Japão, 52 semanas, mas o salário representa cerca de 31% e 58,4%, respectivamente, do salário integral.

Outros países também oferecem licenças mais longas, mas com redução do salário considerável: França (28 semanas); Luxemburgo (26,4 semanas); Holanda (26,4 semanas); Portugal (21,3 semanas); Bélgica (19,3 semanas).

Olha como funciona a licença remunerada em alguns países, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2015:

  • África do Sul: 3 dias remunerados.
  • Finlândia: 54 dias remunerados.
  • Austrália: 14 dias remunerados.
  • Islândia: 3 meses remunerados.
  • Países baixos: 2 dias remunerados (mas os pais têm diretos a horas extras para os cuidados com filhos até 8 anos de idade).
  • Eslovênia: 90 dias remunerados (15 dias até 6 meses e idade e os outros até a criança completar 3 anos).
  • Reino Unido: 2 semanas remuneradas.
  • Argentina: 2 dias remunerados.
  • Portugal: 20 dias remunerados.
  • Venezuela: 14 dias remunerados.
  • Noruega: licença parenteral (14 semanas para que os pais possam se revezar e cuidar da criança).
  • Espanha: 15 dias remunerados.
  • EUA: há leis específicas para cada estado, mas não costumam favorecer os pais.

Na Câmara dos Deputados e no Senado existem projetos de lei que esperam por aprovação para fazer com que o pai esteja mais próximo do bebê e da mãe. Torço para que um dia possamos ver mais avanços…

Uma coisa devemos admitir, com lei ou sem lei que favoreça, a falta de ajuda dos pais nos cuidados com o bebê continua sendo uma das grandes reclamações das mamães, mesmo nos dias de hoje em que presenciamos mais pais assumindo a paternidade como deve ser.

Aqui em casa não posso reclamar. Meu marido sempre me acompanhou em quase todas as consultas pré-natais e em pediatras (também pelo fato de sermos empreendedores e termos mais liberdade com horários). Se interessou sobre aprender os cuidados com um bebê da melhor maneira. Dividia as trocas de fraldas, os banhos, fazia dormir… Sabia confortá-las quando estavam com cólicas, o que me dava alguns momentos de descanso.

Agora, com elas maiores, sempre que pode, faz questão de buscar as filhas na escola, ir às reuniões, participar das refeições, participar do ritual do sono. Quando surge algum problema, dividimos as preocupações, conversamos juntos com elas. Nossas filhas o amam, confiam nele e o admiram. E eu também… rs 

Sempre procurei não interferir muito em como ele estava cuidando das bebês. Ficar fazendo cobranças e dando ordens de como queremos que eles façam só vai criar um distanciamento entre o casal e sofrimento à criança. É importante manter uma conversa sincera e com muito respeito entre o casal. É preciso entender o limite físico e emocional de cada um.

A ausência do diálogo pode gerar mais conflitos que poderiam ser amenizados e resolvidos com um bom papo.

Infelizmente, muitas mulheres preferem não falar e resolver tudo sozinhas, assumindo mais coisas do que podem, sem se darem conta que estão afastando o pai da participação nos cuidados e na atenção à criança.

Há algumas mulheres até que não gostam que os homens ajudem em casa, porque dizem que eles demoram muito, fazem muita sujeira e blá blá blá. Só que não se dão conta da importância dessa parceria para a evolução da relação, além do bom exemplo que darão à sua criança de como realmente deve ser a parceria de um casal.

Meu pai sempre foi muito presente também, um “paizão” como dizem. Hoje vejo como meu irmão está se saindo como pai de primeira viagem e vejo muito desse exemplo que foi nosso pai. O exemplo foi muito importante! Para o meu irmão, por crescer sabendo como deve ser um bom pai e parceiro, e para nós, filhas, por crescermos sabendo que não poderíamos aceitar qualquer parceria, que tinha que ser alguém especial.

A realidade muda muito quando os filhos surgem, por isso o diálogo precisa começar lá na frente, quando o casal decide ter filhos, sobre o que cada um espera do outro. Mas, de maneira geral, essa conversa só costuma acontecer quando um dos dois já está estressado e exausto de pedir, de mandar, de deixar de fazer, de tudo!!!! Aí tem tudo para essa conversa virar uma discussão e criar um rancor maior ainda entre o casal.

Para evitar mágoas, é aconselhável que as mães expliquem com calma como se sentem e que tipo de ajuda precisam. Alguns casos são interessantes até o aconselhamento familiar profissional.

Gostaria de finalizar com algumas dicas para os novos papais. Do que podem fazer para que a família comece em harmonia. Vamos lá?

  • Tente passar mais tempo em casa, principalmente nos primeiros meses que são os mais importantes para a ligação familiar. Acumule o seu tempo de férias para tirar quando o bebê nascer, investigue a possibilidade trabalhar em casa alguns dias por semana.
  • Certifique-se que ela saiba que estão juntos nessa jornada. Não deixe a impressão que está ajudando como um favor a ela, e sim porque é pai. Isso dará mais confiança em seus novos papeis e a deixará com muito orgulho do novo papai.
  • Aprenda noções básicas de cuidados com o bebê: colocar o bebê para arrotar, dar banho, trocar a fralda, colocar para dormir, confortar… assim você mostra que ela poderá contar com você.
  • Diga-lhe que está indo bem, elogie-a.
  • Ofereça ajuda com frequência, pergunte o que ela precisa, incluindo os cuidados noturnos.
  • Assuma algumas funções da casa, como fazer as compras do mercado, lavar a louça…
  • Incentive-a a descansar enquanto o bebê descansa, muitas mães acham que precisam realizar outras tarefas e desperdiçam chances preciosas para descansar e assim evitar o estresse.
  • Ofereça-se para cuidar do bebê enquanto ela toma um banho tranquila ou faz uma caminhada.
  • Mostre-se entusiasmado com o bebê, com as carinhas bonitinhas, peça para segurá-lo. Não há nada que deixe uma mãe mais feliz que ver um pai orgulhoso de seu bebê.
  • Lembre-se que, além do bebê, há uma mãe com medo, cheia de novos sentimentos. Respeite suas emoções, ouça-a, não minimize os sentimentos dessa nova mãe.
  • Envolva-se com a rotina do bebê: se mamou bem, cochilou, se passou bem, isso favorece a conexão da família.

Dicas para papais de crianças mais velhas:

  • Separe um tempo especial do dia com sua criança para lerem uma história ou brincarem de faz de conta.
  • Tente estar presente em alguma refeição.
  • Tente levá-la à escola, isso dá a chance de conversarem sobre as novidades e amizades.
  • Ajude nas tarefas e trabalhos da escola.
  • Dê importância a rotina da criança e colabore para que ela seja seguida.
  • Ajude sua criança a lidar com os despertares noturnos, medos e pesadelos, divida as idas ao quarto com a mãe, é uma grande oportunidade para se conectar com sua criança.

Eu sei que ser pai também não é uma tarefa fácil e que cada família tem suas particularidades. Mas acredito que crianças que se sentem mais acolhidas por ambos, que presenciam os pais serem grandes parceiros, crescem mais confiantes e olham o mundo e as pessoas de uma maneira mais positiva.

Conteúdo autorizado para reprodução na Revista Materlife com a fonte retida pelo publicador. 

Divulgado em: Blog Mãe Nota 10, por Guta Antonangelo

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