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Especial mês da mulher: Como a relação mãe e filha pode ensinar sobre empoderamento feminino?

Tempo de Leitura: 6 minutos
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Mother and daughter are doing homework at the laptop. Little schoolgirl at the distance learning at home

Pesquisa da Revista Science aponta que 30% das meninas entre seis e sete anos se sentem menos inteligentes do que os meninos. Qual a saída para mudar este cenário?

Março, o mês dedicado à mulher, abre oportunidades para refletirmos e debatermos sobre a importância de empoderar as meninas desde a infância. De acordo com uma publicação da Revista Science, 30% das meninas entre seis e sete anos se sentem menos inteligentes se comparadas ao gênero oposto. Os dados são alarmantes e não param por aí. De outro lado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que meninas entre cinco a 14 anos passam 160 milhões de horas por dia a mais em atividades domésticas não remuneradas, em comparação a meninos na mesma faixa etária.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens. Fatos como esse mostram que este caminho deve ser transformado, mas o que fazer para mudar este cenário? Como a relação mãe e filha pode contribuir para que o empoderamento inicie ainda na infância? Por que isso é possível?

Em primeiro lugar, a educação que é um direito de toda e qualquer criança, deve ser reforçada e estimulada para as meninas. Um estudo de 2020 do Ministério da Saúde revelou que cerca de 380 mil partos foram de mães com até 19 anos de idade. Além disso, os nascidos vivos de adolescentes se concentram nas regiões Norte (21,3%), Nordeste (16,9%), Centro-Oeste (13,5%), Sudeste (11%) e Sul (10,5%). É necessário investir em uma educação transformadora, não só dentro das salas de aulas, mas também no mindset feminino, mostrando que a mulher pode sonhar, estudar e realizar, não importa qual seja a profissão.

Neste sentido, como a relação mãe e filha pode contribuir para que o empoderamento inicie ainda na infância? Por que isso é possível? O sentimento entre mãe e filha, com sua riqueza de vínculos, pode ser uma escola valiosa para ensinar sobre o poder do feminino, a autonomia e a igualdade. As mães têm um papel fundamental na construção da autoestima e no fortalecimento da confiança de suas filhas, tornando-se as primeiras fontes de empoderamento.

O papel da mãe no empoderamento feminino

Desde os primeiros anos de vida, as meninas observam e absorvem os comportamentos, valores e crenças de suas mães. A forma como uma mulher se posiciona, se expressa e como lida com desafios pode servir de modelo para a filha. Assim, a mãe não é apenas uma cuidadora, mas também uma mentora e guia, moldando a visão de mundo e o papel da menina na sociedade.

A relação entre mãe e filha pode ser o ponto de partida para o entendimento de igualdade de direitos, respeito mútuo e autonomia. Quando a mãe ensina à filha que ela pode ser o que quiser, que seu corpo e suas decisões devem ser próprios, e que merece ser ouvida, está, de maneira sutil, oferecendo ferramentas para que a menina cresça empoderada, segura de si e capaz de romper com as barreiras impostas pela sociedade.

Dicas para as mães ensinarem sobre empoderamento feminino

Encorajamento e confiança

Uma das maiores lições que uma mãe pode ensinar a sua filha é a confiança em si mesma. Isso começa desde cedo, com palavras de incentivo e apoio. Encoraje-a a tentar coisas novas, a explorar seus interesses e a fazer escolhas independentes. Com isso, ela aprenderá a ter autoconfiança para enfrentar os desafios da vida.

Ensinar sobre igualdade

A mãe deve ser um exemplo de respeito pelas diferenças, seja no trabalho, em casa ou nas relações sociais. Ensinar à filha que todos, independentemente de gênero, merecem as mesmas oportunidades e respeito é essencial para que ela cresça com uma visão mais igualitária e combata a discriminação de forma consciente e ativa.

Compartilhar histórias inspiradoras de mulheres

Contar histórias de mulheres fortes, históricas ou contemporâneas, que conquistaram seu espaço na sociedade, pode abrir os olhos da filha para o poder que ela possui dentro de si. As figuras femininas podem ser uma fonte de inspiração para que ela entenda o que é possível alcançar, independentemente dos obstáculos.

Ensinar sobre autonomia financeira e independência

Uma das maneiras mais eficazes de empoderar uma filha é ensiná-la sobre a importância da independência financeira. Ao mostrar que ela pode ser responsável por seu próprio dinheiro e suas decisões financeiras, a mãe ajuda a construir uma base sólida de autonomia para a vida adulta.

Dialogar abertamente sobre corpo e autoestima

Ensinar a filha a ter uma relação saudável com seu corpo é fundamental para seu empoderamento. A mãe deve ser uma fonte de apoio e compreensão sobre as mudanças que acontecem no corpo da filha, além de incentivar a aceitação das próprias características. A autoestima sólida é uma das bases mais fortes para que a menina se sinta capaz de conquistar o que deseja.

Incentivar a liderança e a tomada de decisões

Desde pequena, a filha deve ser estimulada a tomar decisões, seja na escolha de roupas, atividades ou ideias. Isso desenvolve um senso de liderança e a habilidade de tomar as rédeas da sua própria vida. A mãe pode envolver a filha em decisões cotidianas e pedir sua opinião, o que reforça a ideia de que sua voz tem valor.

O empoderamento feminino começa na infância, e as mães são peças-chave nesse processo de formação. Ao ensinar sua filha sobre igualdade, autonomia, respeito e confiança, a mãe não apenas transmite valores essenciais, mas também prepara a filha para ser uma mulher forte, capaz de conquistar seu espaço no mundo. Março, portanto, não é apenas um mês de comemoração, mas também de reflexão sobre como podemos continuar a apoiar e fortalecer as futuras gerações de mulheres.


Dra. Danielle Negri
Médica pediatra e neonatologista, com mais de 17 anos de experiência. É CEO de um complexo pediátrico no Leblon. Formada pela UFF, possui mestrado pelo conceituado Instituto Fernandes Figueira. Responsável pela UTI neonatal da Perinatal. Anualmente, viaja para os EUA para apresentar suas pesquisas e se atualizar nos congressos mais importantes da área pela Academia Americana de Pediatria e pela Sociedade de Neonatologia.
@dradaniellenegri
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