De acordo com o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho (CRM-107.997), a Síndrome Hellp só acontece quando a pré-eclampsia não é tratada. “Neste caso, a gestante precisa apresentar exames clínicos compatíveis com hemólise (rompimento da hemácia que libera hemoglobina), alteração das enzimas hepáticas (do fígado) e queda na contagem das plaquetas”, explica.
Dor na parte alta ou central do abdome, cefaleia, náuseas, vômitos e mal estar generalizado podem ser sinais da síndrome Hellp. “Se a pré-eclampsia é controlada, a síndrome Hellp não tem chance de acontecer e o risco de óbito é pequeno”, destaca o Obstetra.
Mulheres que sofrem de doenças crônicas do coração e dos rins, hipertensão, Diabetes, obesidade, gestação múltipla, pré-eclampsia na gravidez anterior e gestação acima dos 40 anos têm mais predisposição para desenvolver tais complicações.
“A pré-eclampsia também está associada ao descolamento prematuro da placenta, alterações da vitalidade fetal e aumento da morbidade e mortalidade neonatal”, acrescenta o ginecologista.
Entenda melhor cada uma das doenças
Domingos Mantelli Borges Filho explica a gravidade de cada uma dessas complicações na gravidez, confira!
O que é pré-eclampsia?
Conhecida como toxemia gravídica, a pré-eclampsia é um problema que ocorre em algumas mulheres durante a gravidez devido ao aumento da pressão arterial.
É possível notar isso geralmente após a 28ª semana de gravidez, mas para comprová-la é preciso que identifique a proteinúria, que corresponde à perda de proteínas na urina.
Como tratar?
O tratamento resume-se a repouso e medicamentos anti hipertensivos, sendo que em alguns casos é necessário internação. Se houver condições obstétricas favoráveis, pode-se induzir o parto na 40ª semana de gestação, porém muitas vezes é necessário antecipar esse parto e retirar o bebê ainda prematuro. Inchaço excessivo e pressão alterada são sinais que merecem ser investigados. “A gestante deve procurar seu médico, pois quanto antes diagnosticado o problema, mais efetivo será o tratamento”, aconselha.
O que é síndrome Hellp?
Envolve um conjunto de sinais e de sintomas, sendo que o hellp significa: “H” de hemólise (Hemolysis); “EL” de elevação das enzimas hepáticas (elevated liver enzymes), e “LP” baixa contagem de plaquetas (low plaquettes). É importante lembrar que as plaquetas são células que auxiliam na coagulação sanguínea e, por isso, um dos sintomas dessa síndrome é a hemorragia.
Como tratar?
A melhor maneira de tratá-la é antecipando o parto, por meio de uma cesariana ou indução, caso o bebê apresente condições favoráveis para tal. O médico pode induzir o amadurecimento pulmonar fetal por meio de medicamentos com o intuito de reduzir as complicações neonatais e o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O que é Eclampsia?
Eclampsia é quando a Pré Eclampsia não é tratada e evolui para convulsões e muitas vezes o óbito da gestante e do bebê. Essa é uma condição extremamente grave da gestação.
Como afetam o bebê?
Na pré-eclampsia, a hipertensão pode reduzir o fornecimento de sangue à placenta e retardar o crescimento fetal. O problema pode causar abortamento, prematuridade e sofrimento fetal agudo e crônico. Já na síndrome Hellp, a placenta não garante o desenvolvimento adequado do bebê e há maior risco da placenta se descolar. “Não é apenas o bebê que sofre com essas complicações, a gestante pode sentir fortes dores de cabeça e desorientação, dor de estômago e na região do fígado, além de poder enxergar pontinhos luminosos piscantes”, alerta Borges Filho.
Cura pós-parto
Assim que a doença é diagnosticada, a mãe deve ficar em repouso e iniciar um tratamento para a pressão arterial e as crises convulsivas, caso a doença evolua para Eclampsia. A cura para a pré-eclampsia e para a síndrome do Hellp é o parto, pois com a retirada da placenta, a pressão se normaliza e o risco de óbito pós-parto é muito pequeno.
Fonte- Ginecologista e Obstetra Dr. Domingos Mantelli Borges Filho (CRM- 107.997)